Você tem dificuldades em criar suas reservas financeiras?

Ouve-se muito: “Como é difícil poupar!”, ou então, “Disciplina e planejamento não fazem parte do meu perfil, eu simplesmente não consigo”. Você já ouviu falar ou disse isso? Então estou falando com para você.

 

Segundo o economista e filósofo americano John K. Galbraith, nada estabelece limites tão rígidos à liberdade de uma pessoa quanto a falta de dinheiro. Essa citação foi usada por ele numa palestra na Universidade de Toronto, onde entre outras coisas John queria relacionar a liberdade às escolhas. Como se pode escolher livremente se quase cem por cento das ideias e realizações dependem de aportes financeiros?

É exatamente aqui que começa o desafio.

Se não há dinheiro reservado, especificamente para um objetivo, não haverá realização alguma.

Para algumas pessoas reservar dinheiro é encarado como um compromisso mensal. Elas criaram a disciplina para transpor o desafio de poupar, isso funciona muito bem em educação financeira. Ter um objetivo é muito mais eficaz do que ter o dinheiro, propriamente. Existem estudos que indicam que o endividamento não está relacionado ao tamanho da renda e sim à forma como as pessoas administram as entradas e saídas, através das escolhas. E se não há um norte, o objetivo, as escolhas ocorrem de forma impulsiva, desordenada.

O desafio aqui é, portanto, entender como você estabelecerá o que funciona para você na hora de criar uma reserva. Encarando como um compromisso com um sonho, com o futuro, com aquilo que ainda falta realizar, não importa o que seja. Apenas sinta-se confortável com o que escolher e faça nascer essa reserva financeira. Você pode começar com um valor fixo, simbólico e quando tiver adquirido o hábito defina um percentual fixo para essa reserva. Segundo André Novaes, CEO da Life Finanças Pessoais, o dinheiro destinado aos seus projetos financeiros não pode ser o que sobra.

Para ter uma saúde financeira sustentável é preciso ir além de realizar sonhos de consumo. É preciso ter consciência de que com um planejamento financeiro estabelecido, suas reservas lhe permitirão, por exemplo, sobreviver aos imprevistos e tempos de dificuldade, que ocasionalmente ocorrerão.

Outro grande desafio é o autoconhecimento. A maioria das pessoas opta por um padrão de vida superior ao que lhes daria maior conforto financeiro. Ajustar esse padrão é também parte do projeto de educação financeira. Se o foco de trabalho e produção de renda for especificamente para pagar as contas, fatalmente a escassez baterá à sua porta. Porque imprevistos acontecem, mais cedo ou mais tarde, para todas nós. E se você não estiver preparada financeiramente, com suas reservas bem estabelecidas, ficará vulnerável ao endividamento e acabará avaliando justamente o padrão de vida.

É visível em tempos de recessão econômica as pessoas se tornarem mais flexíveis financeiramente, buscando alternativas de gastar menos ou ganhar mais com um trabalho temporário ou ter um plano B. Isso é muito válido, porque nos torna mais independentes em produzir renda. Agora imagina se fosse feito antes da crise, como alternativa real de criar reservas para os momentos difíceis. Seria muito mais tranquilo.

O esforço inicial parece grande, mas a satisfação em perceber que é possível e que o caminho foi trilhado, será ainda maior.

Case de sucesso: Uma moça, estagiária, ganhava 1.500 reais mensais e tinha como responsabilidade, parte do orçamento da casa. Casada, sem filhos, começando a vida profissional e ainda estudando. Ela me disse: – É impossível para mim, ganhando apenas 1.500 reais, criar uma reserva. Como eu faço?

Eu apenas pratiquei o primeiro exercício de uma mente próspera, a ensinei pensar em qualquer valor que poderia reservar num mês e multiplica-lo por 12, sim 12 meses. Se esse novo valor, maior, estivesse à sua disposição hoje, o que você realizaria com ele. E então ela começou a visualizar o poder dessa multiplicação, ela entendeu o que o tempo faz com nosso dinheiro. Propus a ela economizar 150 por mês apenas de Fevereiro à Novembro, aliviando assim os 2 meses em que mais temos compromissos financeiros no ano, Janeiro e Dezembro. E em 10 meses, guardando apenas 150 reais por mês, ela guardou 1.500 reais, o que ela ganha num mês. A alegria foi tanta que ela teve que escolher entre os objetivos que tinha traçado. Poderia fazer uma pequena viagem ou trocar algumas coisas na casa ou renovar o guarda roupa dela e do marido ou começar um projeto que seria seu plano B em rendimentos. Enfim, ela colocou-se em movimento, não só no pensamento, mas na ação e isso trará aos resultados, sejam eles quais forem.

LEAVE A REPLY